quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Manhã

Meu sonho órfão
velou a noite sem fim
dos dias que passaram,
e acordou liberto
para as auroras recompostas.

Meu corpo despido
se vestiu de Sol e Vida.
O orvalho das lágrimas
exalou as queixas
e condensou sorrisos.

Até as mãos,
despertaram remidas
e descerraram o véu
para a visão suave
das bem aventuranças.

sábado, 17 de janeiro de 2015

A Espera


Enquanto te espero,
os ventos gemem na distância
e, em loucos rodopios passam,
na dança infinita dos círculos.
E a poeira gira,
giram as folhas
e o solo
e o céu.
Enquanto te espero,
o pensamento é dardo, é círio,
é peixe e luz...
E eu me perco e me encontro
nos portos de tua vinda.

Enquanto te espero,
não suporto senão tua lembrança
- rota de saudade, sonho e vida –
e tuas mãos
guiando-me ao infinito.