sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Por que?


Por que nascem sonhos em meu Ser
que o abandono beija
e minha voz no silêncio vazio
quer se elevar e só rasteja?

Por que nascem mil folhas coloridas,
na terra despreparada
e se rebelam nas trevas os meus olhos,
se a luz lhe é negada?

Minha mão, por que estuda balé e poesia,
se vive algemada,
e minha alma insiste junto ao amor,
ela que nunca foi amada?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Despertar

Assim vestida de verde luminoso
leve , incorpórea, festejo o sol nascente
o universo fluindo paz, música e anunciação.

Não a face ou o corpo, os pés ágeis e maleáveis,
não o frio da noite que imatura, rebela-se.

Festejo tão só o âmago do que nasce
martirizando-se para expressar-se,
violentando-se pela forma
e pela rude e primeira certeza.

Assim alada e assimilante
gloriosamente armada
e voltada para a estrela
troco luz com todos os faróis
para compor a sinfonia para a qual nasci
e preservei-me de embrutecer.

Dissolvida em germinações de luz
sinto o lento mas constante despertar
o ascender... o comandar.

E festejo o sol nascente
constantemente.