Quem será Este que
apenas antevejo e já me transfigura? E amplia em mim doação e paz – como um
aroma a indicar amanhecida flor?
Quem é Ele que
ainda não o vi e já o pressinto como o mais caro, amorável e luminoso? Comandando
o tempo e o espaço, Ele chega...
Quem é Este que
ainda não toquei e já vibra em mim e se comunica e se transmite?
Quem é Este que o
silêncio desvenda?
Quem se oculta
atrás de tanta força e harmonia e sabe fazer-se pequeno em minhas palavras?
Quem se vai tornando
dádiva nas minhas humílimas mãos que transbordam em oferenda?
Ah! O Teu nome que
é flor e canto e vento leve e suave cor... Teu nome mutável, maleável que se
instalou em mim como seiva e fruto!
Este nome repercute
e vibra para encher minhas horas e meus dias e dizer-me tudo sobre Teus
caminhos.
Ah! O Teu nome
violento, sem fronteiras, campo de amor e de conquista. O Teu nome que só o
silêncio conhece...
Esse nome
indecifrável que me acorda e se funde no meu próprio nome para fazer-me viva. O
Teu nome que me dissolve e recria.
Enquanto o ouço
desdobram-me como flor à espera da revelação...
Já não sou a voz, a
palavra, a ideia, o gesto, mas e tão só, o instrumento dócil da entrega.
Entretanto, assim
sendo, cresço em harmonia e tudo em mim se alarga e se faz ilimitado.
Sou o rio por onde
navega o Criador da fonte; por isso posso identificar-me à vida, à luz, ao
amor.
Agora, já não canto meu
canto, entoo o hino do que está em mim.