quinta-feira, 31 de maio de 2018

A Cruz Amor



Tudo é prece, solidão e louvor...
O lusco-fusco embriaga-se de incenso.
A voz que os homens não ouvem
se eleva ao Senhor.

Os corações se unem
e os olhos fitam um só símbolo 
a Cruz Amor, piedade,
que vela pelo mundo,
por esse mundo que passa
indiferente a Ele,
sem compreender a comunhão suprema.

A Cruz em silêncio chora
o abandono dos homens
e em silêncio ampara
os corpos exaustos
que a Ela se entregam.
O mundo se agita,
os homens lutam,
e a Cruz espera,
espera por eles.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Camaleão



Virei lua
Virei serra
Virei canção de cigarra.
Não há luz
Não há treva
Na minha nova cidade.

Virei riso
Virei flor
Virei perfume de chuva.
Não há rota
Não há rumo
No meu mundo sem senhor.

Virei rosa
De saudade
Virei canção de amor.
Não há dia
Não há noite
Que não tenha a minha cor.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Encontro



É quase aurora
O despertar das águas vivas.

É quase brilho
O reflexo dos olhos.

É quase música
O sorriso nos lábios semiabertos.

É quase dança
A cadência dos gestos revelada.

É quase prece
A suavidade das mãos entrelaçadas.

E é quase sonho
A realização do encontro.