domingo, 30 de setembro de 2012

Insondável

Atravessei o tempo e o espaço,
e meus dedos só colheram
a flor bêbada da ausência.

Rompendo o véu das Eras,
insondável e misteriosa,
encontrei a visão branca
da distância fugidia.

Minhas mãos,
tocaram lágrimas e pérolas
e se pousaram exaustas
sob a água incógnita
de um mundo irrevelado.

A solidão inquietante
transcende a espera
da paz, ou da morte.

sábado, 15 de setembro de 2012

Canto das Ondas

Ensinou-me o barqueiro
seu canto de medo
um canto sem dono
querendo afogar.

Não moro nas águas,
não tenho destino
viajo nas ondas
não sei mais parar.

Levanto bem cedo
- caminho de estrela –
navego ao sol,
quisera chegar!

As águas não deixam
o barco não sabe
que o rumo do rio
nos leva ao mar.

Ensinou-me o barqueiro
seu canto de morte...
segredo da vida
querendo afogar.

Mas eu vi que o rio
correndo, correndo
nos leva ao mar...
para nos ampliar
ensinei ao barqueiro
meu jeito de amar.