segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Paz




A hora refez o poema procurado.
A solidão encontrou todas as solidões,
E não mais é só.

A parcela do estranho desejo
Nasce da busca além do ser,
E comunga em todos os encontros.

As teias têm seus fios estendidos para o universo,
E seus dedos longos
São contatos de almas irmãs.

Que bebam nessa fonte
Os sedentos de todo o mundo,
E se perdoem, e se amem, e se amparem.

E essa voz que apenas nasce,
Será engrandecida em vós
Caminhantes, em busca do Graal.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Caleidoscopio



Em cada reflexo:

O teu silêncio de areias dormindo,
O teu despertar de espuma...
O teu medo das luas.

A tua doçura encarcerada em rios.
As claridades tocando tuas mãos
E confundindo tuas sombras.

O teu regresso de pássaro aos píncaros...
O meu medo de mostrar-te por inteiro.

E os círculos de sonho
Te revelando em cada estrela.


quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O Polvo



Minha alma se libertou como um polvo,
Tentáculo por tentáculo.

Se desfez das algas,
Rompeu areias e pedras.

Quebrou a magia dos mundos marinhos
E sobrenadou livre
Para se banhar de luz.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O Rio


Nasceu o rio de claridades, o rio de cristal,
E conheceu a terra, e a possuiu.
Desejou os rochedos e os desenhou,
E os cobriu de espumas.

O rio correu em transparência, o rio vivo,
Aprendeu a música e a cantou nos campos.
E abraçou as pedras.

O rio inventou o lago, o rio calmo,
E o encheu de sonhos.
Desejou o céu e o refletiu.

O rio avistou os barcos, o rio móvel,
E os levou consigo,
E os acariciou.

O rio insaciável descobriu o mar
E se fez verde – águas verdes de encantamento.