Estou agora transparente
transcendente – talvez imanente?
Como planta que brota
mas não se esgota
mal se nota
quando bebe o ar e a água
e transforma tudo em luz
no que se traduz.
Estou assim
meio perturbada
talvez ensolarada
ou ainda como planta
revelando a Vida repetida.
- Ou estarei mesmo perdida
Talvez não seja eu a voz
a palavra, a idéia, o gesto
mas, e tão só
o instrumento dócil
da entrega.
Entretanto, sendo assim
sou mais liberta
tudo em mim se alarga
e se faz ilimitado.
Sou a leve expressão
identificada à vida,
à luz, ao amor e contemplação.
Um corpo transitório
deixa mensagem transitória
e se faz liame do infinito.
Eternidade é o tema
nesse trabalho bendito.
É tempo de encontro
e o encontro é de amor.
Os passos são mansos
e é leve o contato
como aroma de flor.
No tempo senhora
o silêncio se implanta
e só muito ao longe
soam sinos e hinos
- o som imanente –
é tempo de encontro
e o encontro é de Paz.
Sem palavras os gestos são danças
são chaves de porta
que a vivência indicou
no tempo senhora
o silêncio falou.
Agreste e estreito
se mostrou o caminho
e na voz da manhã
o sinal se marcou.
O encontro é de forças
e o tempo é de Luz.
É quase uma escola
escola de vida
ministram-se temas
jamais suspeitados
acendem-se símbolos
estrelas e luas
as palavras ouvidas
são mantras de festa,
de doce falar.
O silêncio é o Mestre
o silêncio é a Voz
