Chamo
a luz interna, a imaterial presença e peço:
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Canta-me teu hino, teu poema de retorno, para que saiba que tua aurora mansa
não é nova ilusão mental. Permanece um instante, ainda, enquanto o vento modula
teu nome, como um mantra crístico de pureza e força. Repete-me, mil vezes, as
cenas de tua beleza profunda, de teu inesperado regresso, para que não o julgue
um sonho que se dilui ao acordar.
Chama meu nome novamente, possantemente, com tua vibração de comando, teu porte de guia, teu poder de ir e vir, por entre fulgurantes estrelas. Chama-me novamente, com tua voz de presente e de passado.
Acorda-me uma vez mais, com um mágico toque de tua mão em benção, com teu enigmático sorrir e teu comunicativo silêncio, para que o coração possa captar o correto sentido de tua mensagem.
Cria ainda que só mais uma vez, essa emanação etérea à tua
volta, para que aprenda a sintonia de teu chegar e teu partir, para que aspire
esse perfume de rosa e sândalo e perceba o lótus entreabrir-se em tuas mãos
viris.
Como astro cheio de luz, fala-me de tua órbita neste céu onde gravito em
permanente e sofrida busca; mostra-me o porto, leva-me contigo ou volta
novamente.