Viver é muito difícil. A criança traz a onipresença de Deus em tudo, mas nos deixa sempre na superfície de "tudo".
Se busco a cor, Deus está além dela, se busco o som, perdida fico no Verbo. Animais e plantas falam e eu não os escuto. A vida me conduz além do meu perceber.
Até as pedras são manifestações da infinita fonte e seu brilho me ofusca. No mundo a voz, a cor, o som, o brilho desafiam a todos e só quem silenciou o próprio Ser, tem chance de se reconhecer. É difícil viver.
Devemos ir subindo e transcendendo energias cada vez mais puras e sutis. Dizem que o Criador está sempre comigo, na minha solidão no meu corpo que clama pela vida real, sinto-me triste e com as energias desgastadas. O véu da ignorância obscurece todo o meu viver. Parece-me que estou descendo um monte que a custo havia conseguido subir para lá permanecer. Mas o sonho acabou o corpo de dor reclama sua parte.
