quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Segunda Leitura


Poesia de Lygia Laborne
(escrita em 1943)

Segunda Leitura

"Que serei eu, Senhor,
se for capaz de citar a palavra do sábio,
mas não me enternecer com o sorriso da criança?
Se puder discutir a Tua essência,
mas não comover com a lágrima do homem?

Que serei eu, Senhor,
se souber o número exato das Tuas estrelas,
as distâncias infinitas do Teu firmamento
a composição íntima dos Teus astros,
mas não me extasiar com a maravilha do Teu céu?

Que serei eu, Senhor,
se puder analisar o tecido dos Teus frutos,
o amálgama dos Teus metais,
as víceras dos Teus seres,
mas não parar um pouco e olhar
quando desabrocha uma flor?

Que serei eu, Senhor,
se conhecer as leis do Teu universo, as leis de Cristo e as leis do homem,
mas não conhecer a lei do Amor, Tua lei!

Que serei eu, Senhor?
- Nada, absolutamente nada!"

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